CONSÓRCIO AMBIENTAL QUIRIRI - Gestão 2009/2010

Eleitos em 30 de março de 2009
Presidente da Assembléia Geral
MAGNO BOLLMANN (Prefeito de São Bento do Sul)
Vice-Presidente 1 - OSNI JOSÉ SCHROEDER (Prefeito de Rio Negrinho)
Vice-Presidente 2 - LUIZ CARLOS TAMANINI (Prefeito de Corupá)
Vice-Presidente 3 - VILMAR GROSSKOPF (Prefeito de Campo Alegre)
Respectivamente:
1 - Vice-Presidente de Política de Recursos Hídricos e Proteção aos Mananciais
2 - Vice-Presidente de Educação Ambiental, Mobilização Participativa e Assuntos Institucionais
3 - Vice-Presidente da Integração e Programas Regionais, e Tecnologia
Secretária Executiva - LEONI FÜERST PACHECO (Prefeitura de Rio Negrinho)
Sub-Secretário - MAURO FERNANDES BÁCSFALUSI (Prefeitura de São Bento do Sul)
SEDE DO CONSÓRCIO AMBIENTAL QUIRIRI
Rua Felipe Schmidt, 331 - Sala 1
89.290-000 / São Bento do Sul - SC
Caixa Postal - 541
Fone/fax: (047)3633-3455
E-mail: consorcio@quiriri.com.br / leoni@quiriri.com.br / mauro@quiriri.com.br


Plantações como sumidouros de CO2: a fraude do carbono em seu pior aspecto


Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais, Ecoblogue, 24 de agosto de 2009


Enquanto para a maior parte da humanidade a mudança climática significa desastre, algumas mentes empresariais a percebem como uma boa oportunidade de negócios. Na forma por eles considerada, a mudança climática diz respeito às emissões de carbono e o carbono pode ser comercializado como uma mercadoria no mercado global. Tal mercado- é o que eles dizem- pode valer bilhões ou inclusive trilhões de dólares e eles esperam que redunde em grandes lucros para si. Não importa se tal mercado não tem qualquer valor em absoluto para deter a mudança climática; apenas conta seu valor como um investimento lucrativo.

O problema é que essas pessoas têm poder e muita influência tanto em nível nacional quanto internacional, onde a legislação e os acordos são feitos sob medida para adaptar-se a seus desejos. Esse foi o caso na Convenção sobre Mudança Climática e seu correspondente Protocolo de Kioto, que cedeu às pressões ao aceitar o mercado de carbono como uma das “soluções” para a mudança climática. Assim o chamado “Mecanismo de Desenvolvimento Limpo” foi aprovado como um meio para “compensar” as emissões de CO2.

Adicionalmente, o apoio governamental às abordagens do “mercado livre” permitiu que os mesmos atores estabelecessem um mercado de carbono voluntário em que as pessoas são ludibriadas ao acreditarem que pagando umas taxas podem ficar livres de culpa por suas emissões de CO2- por exemplo, nas viagens de avião. Assim surgiu o mercado de “carbono- neutro”.

Tanto o mercado de carbono “oficial” quanto o “não oficial” têm incluído as plantações de árvores como um dos possíveis mecanismos para “compensar” as emissões.

O WRM tem produzido abundantes informações sobre os impactos das plantações de árvores em geral, tem desenvolvido análises sobre as razões pelas quais as plantações não deveriam ser consideradas como sumidouros de carbono, tem detalhado as razões para opor-se ao mercado de carbono e tem explicado por que “a neutralidade do carbono” é uma fraude. Todas estas informações estão disponíveis em nosso site.

Agora queremos focalizar uma única questão, que é em si mesma suficiente para as plantações de árvores serem excluídas como sumidouros de carbono: o risco de incêndio.


Imagine a seguinte situação. Uma empresa poluidora no Norte paga a um vendedor de “carbono-neutro” que promete “compensar” suas emissões plantando árvores. Assumamos que as árvores são plantadas de fato e que absorvem todo o volume de carbono emitido pela empresa poluidora. Seis anos mais tarde, a plantação toda incendeia- se. O resultado será que a plantação queimada terá liberado todo o volume de carbono que supostamente devia compensar. Isso significa que a plantação só terá servido para permitir a empresa poluidora evitar investir naquilo que é mais necessário sob uma perspectiva climática: cortar as emissões.

O anterior é o cenário de uma situação real, porque os tipos de plantações mais comuns- eucaliptos e pinheiros- são naturalmente propensos ao incêndio. Os dois tipos de árvores são altamente inflamáveis nas florestas naturais – os incêndios na realidade colaboram para superar a concorrência de outras espécies- e são ainda mais inflamáveis em plantações de rápido crescimento em grande escala porque geram um ambiente muito seco sob suas copas, ideal para o fogo se espalhar.

Adicionalmente, as condições sociais que criam também fazem com que sejam alvos de incêndios provocados em diferentes locais em que os moradores foram afetados. Ainda que não seja um fato provado, dizem que alguns incêndios em lugares tão distantes como Chile e Suazilândia, têm sido iniciados por moradores locais deslocados ou afetados pelas plantações. Há aproximadamente 10 anos, na Venezuela, os empregados das plantações da empresa celulósica Smurfit tinham ordens de registrar todas as pessoas das comunidades locais que passavam próximas às plantações e confiscar fósforos e acendedores por medo de incêndios provocados. E a possibilidade era real porque a maioria dos moradores queria de fato pôr fogo nas plantações e o expressava abertamente.

Tanto por razões sociais quanto ambientais, as plantações constantemente ardem ao redor do mundo. Alguns dos casos que tiveram mais cobertura mediática incluem as plantações- e florestas- na Austrália, Espanha, Portugal, Chile, África do Sul, Suazilândia. Mas basta com fazer uma busca simples na internet para encontrar mais incêndios relacionados com plantações em países com vastas áreas de monoculturas de árvores.

A conclusão óbvia quanto às plantações como sumidouros de carbono é que é muito imprudente- por não dizer diretamente estúpido- usar as plantações para armazenar carbono. As plantações como sumidouros têm um único aspecto positivo: retratam a fraude do mercado de carbono em seu pior aspecto.

Reator a plasma gera energia do lixo

Reator a plasma gera energia do lixo

Texto de Lucélia Barbosa -  Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo

Pesquisadores do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) estão desenvolvendo um trabalho conjunto que transformará, por meio de um reator a plasma, resíduos urbanos, sólidos ou líquidos, em energia elétrica. O projeto foi dividido em duas fases. A primeira, já concluída, concentrou-se no conceito do próprio reator. Foi desenvolvida uma primeira unidade-piloto, ainda em escala de laboratório, utilizando um equipamento já existente no IPT, o qual possibilitou observar a produção e a qualidade do gás obtida no reator. A segunda, em andamento, consiste na construção de uma versão otimizada da máquina e na aquisição de uma turbina a gás.

O plasma é um gás ionizado, reativo, com alta temperatura que, ao entrar em contato com o lixo, faz a sua decomposição e o transforma em líqüido ou gás. Segundo Choyu Otani, pesquisador do laboratório de Plasmas e Processos do ITA, “a energia elétrica será gerada a partir do poder calorífico de alguns resíduos presentes no lixo urbano”. A transformação acontece através de um ciclo combinado que utiliza duas turbinas, uma a gás e outra vapor, ensina Antonio Carlos da Cruz, pesquisador do Grupo de Plasma do IPT. “A conversão é feita a partir da oxidação parcial do lixo dentro do reator que ao entrar em contato com a tocha do plasma (em altíssima temperatura) produz um gás combustível (essa queima vai gerar energia), chamado de síntese. Esse, rico em monóxido de carbono (CO) e hidrogênio (H2), vai para a turbina a gás, que faz melhor aproveitamento do calor, gerando mais energia. Em seguida, utiliza-se a outra turbina, onde os gases quentes se aquecem na água e produzem vapor.”

Segundo ele, a energia gerada será suficiente para manter todo o processo em funcionamento. Além disso, há a possibilidade de gerar excedentes de energia, cuja quantidade ainda é desconhecida, que poderiam ser destinada a outros fins.

Preservação ambiental

A nova tecnologia, afirmam os pesquisadores, leva grande vantagem sobre a incineração, um sistema que utiliza temperatura de 800º C e que não queima todos os resíduos porque depende do poder calorífico do próprio lixo, além de gerar cinzas – material altamente poluente. O reator a plasma, por sua vez, faz a gaseificação desse resíduo com temperaturas entre 5 e 10 milº C e não gera cinzas. Como explicou Cruz, a alta temperatura da tocha do plasma permite que todo o resíduo sólido alimentado no reator seja “inertizado”, inibindo, assim, a formação de poluentes. “O que não se transforma em gás, aqueles metais que não volatilizam, ficam incorporados à massa fundida. O processo é interessante tanto do ponto de vista da geração de energia, como de não-produção de tóxicos. Esse é um ponto básico de alta relevância em termos de meio ambiente”, concluiu.

Segundo Otani, ao retirar a massa fundida do reator, ela passa por um processo de drenagem e resfriamento adequados, resultando num material que poderá ser utilizado na pavimentação de ruas ou na produção de cerâmicas. “O resultado vai depender do lixo que se processar. Se for bastante ferro, vai sair ferro como produto principal, se tiver bastante argila, barro, vai sair bastante cerâmica.” Quanto à seleção do lixo, Cruz disse que o sistema deve operar integrado à unidade de coleta e triagem do resíduo, no sentido de promover seu reaproveitamento. “Na verdade, os materiais que interessam na conversão a plasma são aqueles que chegaram ao limite de reciclabilidade.” 

Os dois pesquisadores acreditam que o reator poderá, no futuro, depois de consolidada a tecnologia, ser uma das soluções para minimizar o volume do lixo destinado aos aterros, já escassos no Brasil. “No Japão, por exemplo, a falta de espaço é tanta que até as cinzas constituem um problema. A solução foi aplicar a técnica do plasma fazendo, assim, a inertização dessas cinzas”, mencionou Cruz. Para Otani, o ideal seria desenvolver uma gestão bem elaborada, calibrada para ver o que é reutilizável e o que não é. “Àquele resíduo que atrapalha a vida de todo mundo com certeza o plasma seria uma das melhores soluções porque diminui o volume e ainda pode gerar energia.”


Previsão

A estrutura física do reator está sendo feita no IPT e deve ficar pronta ainda em 2007, mas o projeto completo levará dois anos para ser concluído. A quantidade de lixo a ser processado dependerá do tamanho do equipamento – na fase piloto, os pesquisadores estimam que os resíduos cheguem a até 100 quilos/hora. 
Apoiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) por meio do Pipe (Programa de Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas) e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), o projeto recebeu R$ 400 mil da primeira e R$ 3,2 milhões da segunda instituição, que também está interessada na pesquisa sobre tratamento de resíduos da indústria do petróleo. Para executá-lo “de forma mais confortável”, no entanto, Cruz calcula que seriam necessários R$ 10 milhões. A Multivácuo, pequena empresa de base tecnológica, pretende comercializar a tecnologia.

 
Fonte: Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo

Enviado por Henry em 26/05/2009









Nova energia hidrelétrica 2


Nova energia hidrelétrica
texto de henry Henkels

No Brasil, a mais significativa modalidade de geração de energia elétrica é a hidrelétrica, predominantemente gerada em usinas de grande porte. A energia primária de uma hidrelétrica se baseia no potencial gravitacional da água contida num ponto elevado. Ou seja usa-se a diferença de nivel entre o ponto de tomada da água e o ponto de conversão em energia. A equação de rendimento de uma hidrelétrica está relacionada a dois fatores, a diferença de nível da água e a quantidade de água disponível, a vazão do rio.

Como a geração de energia está diretamente relacionada à vazão e não é possivel ter a mesma quantidade de água durante o ano inteiro, pois em épocas chuvosas, é claro, a quantidade de água aumenta, para aproveitar ao máximo as possibilidades de fornecimento de energia de um rio, tem-se então a necessidade regularizar a essa vazão, a fim de que a usina possa funcionar continuamente com a potência instalada otimizada. A vazão de água é regularizada pela construção de reservatórios (lagos) artificiais. Represando o rio, algumas vezes também é possivel elevar seu nível no ponto de tomada da água aumentando a geração potencial de energia.

A construção de represas, via de regra, se constitui de grandes empreendimentos de engenharia pesada e gera enormes interferências na natureza, quase sempre causando danos ambienteis - quando não sociais - consideráveis. A construção de grandes hidrelétricas hoje é sinônimo certo de desgastantes conflitos socio-ambientais de toda ordem.

Para contornar esse tipo de problemas começam a ser desenvolvidas alternativas tecnológicas para aproveitamento do potencial hídrico de maneira a evitar os problemas colaterais sempre presentes na construções dessas super estruturas. Uma das tecnologias que se mostram promissoras parece ser o de se aproveitar a energia cinética de movimentação da corrente da água de um rio sem o uso de represas. Os primeiros experimentos foram feitos com a adaptação de turbinas de fluxo cruzado, o que não produziu resultados satisfatórios visto que o rendimento desse tipo de aparelho fica mais adequado com uma maior diferença de potencial (desnível e pressão da água).

Varias propostas tecnologicas surgiram nos últimos tempos. Uma delas é pelo uso de um rotor helicoidial tipo "Gorlov". Outra proposta foi adaptar aparelhos derivados de geradores eólicos para funcionar no fluxo de água dos rios, o que já tem se mostrado altamente promissor, mas ainda existem aspectos técnicos a serem resolvidos. Os melhores resultados até o presente momento se obteve com micro-usinas de até 10kW. A vantagem é que pode-se produzir energia em locais próximos ao ponto do consumo, o que gera uma economia fantástica em investimentos de transmissão e também permite uma economia por diminuição de perdas.

Desafios tecnológicos a se superar ainda é desenvolver uma liga para as hélices que tenham um desempenho similar às dos geradores eólicos mas que vão funcionar em um meio 360 vezes mais denso do que o ar. Outra dificuldade técnica a ser resolvida é o desenvolvimento geradores assíncronos (que funcionam a diferentes rotações) de baixo custo e de eficiência otimizada.

Outra questão não completamente resolvida é saber o quanto esse tipo de instalação vai influenciar nas características biológicas do meio aquático, principalmente com organismos superiores como os peixes.


Fig 1 - Esquema interno

Links - em ingles

http://www.popularmechanics.com/science/earth/4281714.html

http://www.free-flow-power.com/index.php?id=10