Na economia mundial nos últimos anos a palavra mágica incorporada por todos foi “sustentabilidade”, mesmo sem ter sido convenientemente definida em seu real significado nunca, passou a significar um Deus ex machina largamente banalizado na venda das imagens corporativas por todos os lados. Veio até acompanhada da pomposa sigla CRS “companhia com responsabilidade social” (CSR em inglês).
Na verdade, isso muitas vezes não era mais do que uma mistificação, das portas para fora, em que concretamente não passavam de venda de impressões pontuadas por fotos e belas imagens de rios, florestas, animais silvestres, de pessoas bonitas e saudáveis.
Mas isso acabou. Em 2009 a “sustentabilidade” vai se transformar em “sustentação” e... “sobrevivência”!
A recessão vai apertar, o crescimento diminuir, a quebradeira amargar. Para se “sustentar”, as empresas vão cortar custos e postos de trabalho, isso certamente criará inseguranças importantes o que vai deixar os consumidores muito menos dispostos a pagar valores diferenciados para produtos orgânicos ou ecologicamente adequados.
A valoração do econômico-material no ideário das pessoas é muito mais presente do que a responsabilidade ambiental. Um instinto de sobrevivência as avessas.
Claro que nesse estado de espírito, os primeiros programas que as companhias vão reduzir são os dos seus esforços pelo verde da natureza e concentrar suas energias no verde dos dólares. Até mesmo os bem-intencionados projetos de substituições energéticas, em alternativas renováveis serão eclipsados pela redução das cotações do petróleo.
Mas essa tendência tem tudo para ser um bom tiro no pé. Se se afastarem muito de uma vontade verdadeira de buscar a sustentabilidade e mesmo uma responsabilidade social genuína, as empresas e corporações terão problemas. Com o mundo cada vez mais interligado pela internet, grupos organizados de pressão, o receio muito generalizado já pelo aquecimento global, consciência de boas prática sociais, etc. as forças de pressão nessa direção não vão desaparecer, pelo contrário, devem recrudescer.
Em casos mais flagrantes de desvios, até mesmo os governos dos países podem acabar por intervir ou passar a influenciar administrativamente, via mecanismos de crédito ou outras formas de pressão, visto que agora grande parte do mundo econômico e corporativo está de pires na mão.
Mas os próprios governos também passam por uma provação de “sustentabilidade”. A reunião em Poznán, Polônia, a pré conferencia para o grande enclave programado para 2009 em Copenhagen visando dar seguimento para entendimentos pós-Kyoto, produziram muito poucos resultados. Na prática isso sinaliza dificuldades de avanço de adoção de políticas globais efetivas.
Esperemos então para ver como tudo isso vai evoluir.
e
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